Sustenta-te a ti mesmo

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Quando falamos em sustentabilidade digital estamos falando sobre estudos e tecnologias direcionadas para otimizar a matriz energética dos Data Centers e parques tecnológicos ao redor do mundo. O alvo destes esforços consiste em girar as “engrenagens” dos famintos artefatos de tecnologia, empregando energias de natureza renovável tanto quanto possível.

Mas será que “sustentabilidade digital” se resume a isto? A bem da verdade “sustentabilidade” pouco tem a ver com energias renováveis. Resgate de carbono e outras ações corretivas também não estão no cerne do conceito. Sustentabilidade é uma ideia que evoca humanidade, compromisso.

É muito mais sobre quem somos do que sobre a eficiência dos dispositivos digitais que usamos. É comum lermos sobre eficiência quando buscamos sustentabilidade, mas em torno desta ideia orbitam muitos outros conceitos.

“Usabilidade”, “segurança”, “manutenibilidade”, “logística reversa” e “resiliência” fazem parte do universo sustentável. Mas, essencialmente, sustentabilidade trata de continuidade. Não é apenas fazer um algo, mas sim, fazê-lo garantindo que as gerações futuras ainda possam fazer este mesmo algo de uma forma ainda mais eficiente e duradoura.

Quem nos sustentará?

Pode parecer que este seja um assunto de foro exclusivo das grandes empresas, mas será que uma concessionária, uma transportadora, uma fintech ou mesmo uma pequena locadora pode empreender ações visando uma melhor sustentabilidade digital? A resposta é: sim, claro!

Quando contratamos uma solução de gerenciamento eletrônico de documentos (GED), por exemplo, estamos implementando uma gestão mais eficiente de nossos “papéis”. Com isso ajudamos a combater o desmatamento, poupamos o precioso tempo de nossas equipes e ainda contribuímos para a continuidade de nosso negócio protegendo os documentos da operação dos danos e riscos naturais que podem acometer o armazenamento tradicional de documentos.

Já abordamos nesta coluna as vantagens de adotar uma arquitetura Cloud Computing (servidores ou containers em ambientes de grandes corporações como Google, Amazon e Microsoft), frente a uma arquitetura On Premise (servidores no Data Center da própria empresa).

No entanto, na ocasião, deixamos de falar o quanto uma ação como esta pode contribuir para sustentabilidade e responsabilidade digital. A Google Cloud Plataform, por exemplo, possui vários DataCenters ao redor do mundo e muitos deles já contam com emissão zero de carbono.

Emissão zero é uma meta que está para além da capacidade de muitos de nós. Mas por que não contar com quem pode e vem fazendo muito neste sentido?

Sustentabilidade nas equipes

Ademais, é bom lembrar que promover ações de sustentabilidade digital não beneficia apenas as gerações futuras. Sustentabilidade visa a otimização. Quando otimizamos nossos processos as equipes responsáveis por sua execução trabalham com mais qualidade, pois seu precioso tempo é direcionado para onde é melhor empregado. Tiramos o peso de executar processos massantes dos ombros de nossas equipes e os transferimos para as máquinas. A grande vantagem desta transferência é que máquinas não sofrem de síndrome de Burnout. Assim, deixamos que nossas equipes inovem e que nossas máquinas executem os trabalhos repetitivos.

Devemos fomentar um ambiente organizacional prolífero em que ações e projetos de otimização brotem espontaneamente dos times. E como podemos fazer isso? Bem, é mais simples do que parece. Precisamos ouvi-los e fazê-los saber que sua voz fará diferença. Essa audição não deve ser privada, pois as idéias e opiniões precisam passar pelo escrutínio da equipe e não apenas dos gestores. Assim o gestor se torna um facilitador e não um ditador e as ações produtivas emanam do time enquanto o time se auto regula aos moldes do bom e velho mercado.

Sustenta-te a ti mesmo

Enfim, a sustentabilidade gera lucro, embora não o tenha como seu alvo principal. É impressionante os efeitos que a otimização e a eficiência trazem sobre os números da operação. Sustentabilidade não trata de não fazer, mas sim de fazer melhor. Assim, devemos todos nos unir em torno desta causa e fazer de nossas operações negócios mais resilientes, seguros, eficientes e, sobretudo, duradouros. O planeta, a sociedade e o mercado agradecem.

Bio
William Pamplona é Engenheiro de Softwares com mais de 20 anos de exercício profissional, possui 9 certificações em privacidade e segurança, é membro dos comitês nacionais ISO/ABNT de “Segurança da Informação, Segurança Cibernética e Proteção da Privacidade” e de “Engenharia de Software e Sistemas”, e atua como Chief Technology Officer na empresa Auto Avaliar.

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